Depois de feita a promessa, aqui estou eu para contar o meu encontro com Mao Tsé Tung , nos arredores de Pequim, num jantar sui generis. Partida de casa pelas 17h00, com destino ao desconhecido. Supostamente iríamos para um restaurante dito Temático, em que as pessoas se vestiam como na altura da Revolução Cultural e em que a comida era mais ou menos dessa época. Era domingo, e depois de uma noitada no Coco Banana, não era mau termos um programa light .
A van que nos transportou foi conduzida por um chinês com carta há 6 meses, mas que comparando com a condução que por aqui se pratica, não estava nada mal. Engalfinhados dentro de uma carrinha que dá para 8 pessoas (éramos 11), lá fomos entusiasmados e com expectativas de mais uma aventura em terras orientais.
O restaurante era enorme, género armazém transformado, com um parque de estacionamento de terra batida, que estava apinhado de carros. Entrámos e deparámo-nos com cenário fantástico. Uma gigante estátua de bronze apelativa à Rev. Cultural e com decorações igualmente alusivas à época. Mas estávamos ainda na antecâmara. Qdo passámos a porta, deparamo-nos com uma sala enorme (o resto do dito armazém), com mesas redondas familiares de toalhas vermelhas e com tudo o que possam imaginar relacionado com a Revolução Cutural. Os empregados impecavelmente fardados (elas e eles), num ambiente que se vivia Maozénico " por todos os lados. placards grandes com impressões desse tempo, e tudo com ar tão rústico e homogéneo, que por momentos parecíamos personagens de um filme. Fotografias de Mao por toda a parte. Aquele lugar parecia um "campo de Revolução".
Sentámo-nos na mesa que nos indicaram, depois de todas as famílias estarem a olhar para nós e provavelmente a perguntar-se que fazíamos ali, nós ocidentais. O nosso amigo chinês tratou de encomendar as iguarias. O jantar foi bom e agradável. O ambiente era no mínimo diferente! Não vos consigo descrever melhor porque acho que tem mesmo que ser visto.
O espectáculo começou...Dança e Canto chinês, de um altura conturbada, mas que para aquelas pessoas parecia viver de novo. Cada mesa sorria e cantava e festejava como se tivesse sido a melhor coisa do mundo, como se dessem vivas a um salvador da pátria, que na realidade o não foi. Abanaram-se bandeiras vermelhas. Festejou-se Mao em toda a sua ideologia. E ali estávamos nós, ocidentais portugueses, a participar em algo que não é nosso, com o qual não nos identificamos e a perguntar-nos insistentemente, e sem resposta, porque estão estas pessoas a reviver uma época tão má? Porque dão vivas a este líder? Acho que seria necessário ser-se chinês para perceber, ou então, talvez não, porque quando perguntamos o porquê desta festa souberam explicar, aliás, nem a pessoa a quem perguntei percebia o porquê de tamanha celebração.
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