Os papéis que vamos tendo ao longo da vida mudam consoante os lugares onde estamos, as pessoas que conhecemos, o que sentimos...são os que escolhemos, os que queremos e muitas vezes os que simplesmente nos são impostos. De uns gostamos muito, de outros nem tanto... Por vezes sentimo-nos a pessoa mais importante do mundo, outras....apenas mais um peão que joga de forma afortunada ou não o xadrez da vida!
E as palavras que soltamos em conversas ocasionais reflectem os papéis que desempenhamos nesse momento. O politicamente correcto, o agradável, o que realmente queremos dizer e as interpretações boas e más dos nossos interlocutores.
Os sentimentos que reflectem os papéis que desempenhamos são muitos, são contraditórios, são únicos. São os que conseguimos sentir. Uns em cândida vontade, outros reflexo de situações quotidianas, reflexo das carências que temos, dos excessos que gostaríamos de ter, de viver...porque os excessos nem sempre têm que ser maus...
E de vez em quando somos iludidos com papéis que não temos, com situações que não são nossas, das quais não podemos desfrutar , que não podemos realizar, que nos enchem a mente e nos absorvem a alma, alimentando a mais vã das vontades, mas que no fim, não passam disso, de papéis que imaginámos poder vir a representar, mas que a torrência da vida o não permite. Enquadremo-nos sempre naquilo que somos, nas formas que temos em todas as alturas da vida, porque todos os papéis que representamos são sempre muito importantes, vitais para nós, ainda que, por breves momentos passemos de um extremo a outro, sem data nem hora de voltar ao antes ou ao depois.
Sejamos sempre aquilo que realmente somos, ainda que por devaneios diversos, nos percamos por vezes na sublimidade que é ser-se o que se não é, porque a vida sem fantasia não é nunca uma vida preenchida.