EU-China Business Summit, este é o mais recente evento promovido em Pequim para que se discuta e se assinem acordos em nome das boas relações políticas e económicas entre a China e a União Europeia. Estiveram presentes os mais importantes representantes dos dois países (Portugal e China) os primeiros ministros de ambos os lados, Durão Barroso e mais alguns. Discutiu-se na cimeira económica assuntos pertinentes, a integração das
empresas europeias na economia chinesa, a sustentabilidade de um ambiente em degradação, o investimento directo estrangeiro, que papel têm as empresas estrangeiras nesta economia emergente e em constante crescimento. Muito se debateu, muito se apresentou e sugeriu...em ternos práticos o governo chinês continua a ter um papel preponderante nas autorizações, delimitações e afins de tudo o que são investimentos. Aqui a propriedade privada não existe, (em termos de terras) existe a propriedade do estado e a colectiva, não há lugar à individualidade, porque isto é um país comunista e portanto há que partilhar. Aqui é suposto o estado olhar pelos seus, providenciando empregos para todos numa economia de escala cada vez maior e onde as necessidades e aspirações se submergem no meio de códigos legislativos confusos e algo ditatoriais. Aqui é a China, onde as leis variam de província para província, onde o que se diz hoje amanhã já não faz sentido e onde o que interessa mormente é o lucro.
O Grande Palácio do Povo preparou-se para receber durante um dia e meio uma quantidade de gente cujo objectivo era discutir o futuro das relações UE-China. Que futuro, que possibilidades que entraves, que aspirações? Os empresários participaram na esperança de estabelecer contactos, de divulgar os seus negócios e intenções, igualmente na expectativa que este estreitamento relacional possa augurar bons ventos, os políticos participaram porque vêm nestas relações, hipóteses de afirmar e reforçar relações que se querem politicamente diplomáticas, que se querem respeitadoras e promissoras. Os discursos políticos nesse alvo apontaram, aparentemente estão todos de acordo para uma Europa-China com maus futuro, com mais união.
A iniciativa merece este post, porque toadas as relações diplomáticas que visem a promoção de um crescimento sustentado e promissor merecem sempre apoio incondicional, na verdade, esta sociedade não pode existir sem entendimentos multilaterais, senão...não seria uma sociedade, seja ela de que facção política for.
Os momentos de humor e discontracção são os do costume: os chineses doidos com as máquinas fotográficas, para mais tarde recordar, a troca de cartões que mais parece um jogo de quem é quem, a tradução simultânea para português que era péssima, de tal forma que tive que escutar em inglês, os bolinhos do coffee break maus mas maus, as fatiotas divertidas de alguns que por lá circulavam, o stress dos que iam discursar, dos que estavam entusiamados por verem os seus líderes a falar para um povo sequioso de direcções, o jantar de comida chinesa que nem os próprios chineses parecem terem gostado, discursos sem agradecimentos (esta depois eu conto melhor, eheh), palavras eloquentes de vamos ser unidos e vamos lutar por relações próximas e prósperas, o pica que não deixa entrar nem sair sem convite, porque a sua função é picar o mesmo e portanto não há cá isso de entra e sai, que "isto" é o Palácio do povo, o lugar onde se governa 1.3 mil milhões de pessoas.
Naquela sala onde se encontravam representantes de todas as nacionalidades, ouviu-se falar
PORTUGUÊS aos microfones, essa é uma sensação fabulosa para quem há 10 meses vive longe de casa. É uma sensação muito estranha e ao mesmo tempo reconfortante, faz-nos sentir parte de um sistema em crescimento, faz-nos sentir que estamos no mapa mundo.