Então vamos lá a saber como é um casamento chinês. É verdade, ainda agora aqui chguei e já ando a ter experiências alucinantes da vida social chinesa. Acontece que a Cláudia recebeu o convite para ir ao casamento de um colega de trabalho, que por sua vez perguntou se poderia levar os seus dois colegas e parceiros de casa ocidentais. O rapaz foi muito simpático e disse que nós também podíamos ir.
Os casamentos na China começam cedo, lá pelas 10 da manhã. Sim que isto de dias inteiros a comer e beber como em Portugal não é para chineses...mas também já vão perceber porquê. Lá chegámos ao casamento que era num restaurante/hotel com muito bom ar pto da Praça de Tiananmen. Fomos recebidos pelo noivo, no 3º andar. Assinámos o livro de presenças, como se fossemos todos muito íntimos, e fomos encaminhados para a sala. Uma sala normal, decorada com balões e coisas matrimoniais, e indicaram-nos uma mesa onde estavam algumas pessoas que falavam inglês, coisa rara por estas bandas. Dentre estas pessoas, a chefe da Cláudia e a secretária e uns familiares (destes pelo menos 3 não falavam outra coisa que não chinês). Então chegou a noiva com o seu vestido branco e com a musiquinha dos casamentos. Depois aquilo parecei uma espécie de apresentação de um concurso porque havia uma pessoa, tal e qual um apresentador que fazia perguntas ao noivo e à noiva e todos se riam e batiam palmas, e nós sem perceber nada. Depois acedem umas velas, trocam umas bebidas com os sogros, fazem votos de amor eterno (devia ser isso que estavam a dizer) e começa o desfile de comida. Os pratos vão variando em cima da mesa que roda, como nos restaurantes chineses e toca de comer doces (rebuçados e chocolates) que é para desejar sorte e felicidade. A roupa é normal, ninguém ia melhor vestido do que o que se usa todos os dias. Se fossemos de vermelho tanto melhor que era para desejar sorte e felicidades.
Entretanto começa a farra da bebida. A toda a hora brindes e copos cheios. Ah etoca de beber tudo de pernalty que isto de se beber aos poucos não está com nada. Primeiro vem o pai do noivo, depois o da noiva, depois o tio, o papagaio e o gato. Aquilo foi um tal de emborcar copos...eram 11 da manhã! Não se pode recusar porque é ofensa. Quando dei por mim já tinha bebido 4 copos de aguardente, ou lá o que aquilo era e já via as coisas a dobrar.... Depois foi um defile de familiares a cantar e a tocar em homenagem aos noivos e pronto, eu, a Cláudia e o António lá fomos cantar em homenagem aos noivos. Menina estás à janela do Vitorino pareceu-nos bem. Para eles era igual porque não percebiam nada mesmo, por isso, lá ficaram a olhar para nós como se fossemos uns Ets ali caídos de paraquedas. O pessoal comeu tudo o que havia para comer e depois toca de ir embora. Também fomos, depois de termos sido convidados para não quantas festas que aqueles chineses da nossa mesa iam organizar.
Já perceberam porque é que os casamentos não duram o dia todo, não já? É que era meio dia e já tava tudo bêbedo!!! A comida era chinesa e o Pato à Pequim estava delicioso.