Longe, longe no tempo e na distância, da cidade que me acolheu há cerca de 10 anos. Tão minha quanto tua, Lisboa é de todos. É de quem lá vive, é de quem sempre lá viveu e é de quem por lá passa. Hoje Lisboa acorda embebida em festa, em marchas, em cor e luz e alegria dos festejos do seu Santo padroeiro: António. Este ano, não vejo as marchas, não corro nas vielas escondidas do castelo, não como sardinha assada, nem danço nos bailaricos de Verão. Este ano, 13 de Junho é um dia como outro qualquer, como sempre são todos os dias que em Portugal querem dizer alguma coisa, porque longe da vista, longe do coração, e de facto os símbolos importantes de sempre, deixam de o ser quando noutra dimensão nos encontramos. Tudo é realmente relativo. Lisboa, menina e moça, escondida nas sua colinas, escondida nos seus becos e vielas, à descoberta dos pontos de luz que a bordam à beira mar, que vejo e revejo nas imagens que hoje aqui coloco, ao som do seu fado de sempre.
Com tanta gente (os noctívagos usuais, famílias, velhos, crianças) e tantos, tantos, tantos automóveis, este ano desisti desta festa que talvez aplique o que os políticos não fazem: prática da livre democracia!