no Extremo Oriente ...à descoberta de um novo mundo
Sexta-feira, 29 de Junho de 2007
Dificuldades de maior
Trabalhar no que se gosta nem sempre é fácil, nem sempre se consegue. Falo do meu caso em particular apesar de conhecer inúmeros iguais ao meu, que têm tido imensa dificuldade em integrarem-se no mercado de trabalho nacional e por consequência no exterior. Quando saímos da Universidade poderão vir a verificar-se duas coisas: ou chegamos à conclusão que de facto terminámos um curso do qual gostámos, ou damos por perdidos uns anos da nossa vida académica. Para mim, dei por ganhos estes anos. A licenciatura que escolhi está mais do que adequada aquilo que gosto, primeiro por é multidisciplinar, que isso de se levar 4 ou 5 anos a estudar a mesma coisa para mim não resulta, e depois porque todas as disciplinas abordaram coisas que sempre me interessaram ao longo de todo o meu percurso académico. É intelectual eu sei, mas nem todas as profissões podem ser práticas!
Findos os anos em que a expectativa aumentou, seguiram-se outros tantos em que a expectativa diminui. Diminuiu pela dificuldade de entrar num mercado de trabalho fechado, algo machista e demasiado conservador, a meu ver. Sobretudo conservador, que é do mal que mais me queixo. (até parece que estou num consultório médico). A experiência profissional é sempre solicitada, e porque não a temos somos automaticamente postos de lado. É mais do que evidente que se não houver a possibilidade de se começar em algum sítio, essa experiência profissional não existirá. Depois é a eterna questão que somos sempre muito novos para nos serem dadas responsabilidades, quando entramos num qualquer trabalho (devo dizer que as duas últimas experiências que tive, com esta incluída marcaram a diferença de um panorama que julgo geral) Os anúncios de emprego parecem ser estereotipados para as profissões do costume: Gestão, Economia, Direito, Engenharia, e conseguem colocá-las a todas no mesmo anúncio. Gostava eu de saber, o que é que um engenheiro percebe de direito ou de economia e o que é que um gestor ou economista percebe de engenharia. É este o retrato do mercado de emprego em Portugal. Não estou a desfazer, muito menos a criticar estes profissionais, até porque os meus amigos andam todos muito nesta linha de formação, a minha crítica vai muito para quem não só concebe os anúncios de emprego, ou faz o matching entre funções/habilitações. Um sem número de vezes vi anúncios com requisitos e conhecimentos técnicos em que se enquadravam profissionais da minha área, requisito que não constava lá.
É frequente passear-me por páginas da internet de anúncios de emprego (vícios do tempo em que estive desempregada) nacionais e estrangeiros e fico doida quando me apercebo que fora de Portugal tudo é bem mais descomplicado . Que há coisas que são impensáveis no mercado português, além dos salários, também os requisitos profissionais e académicos que são pedidos para funções, que em Portugal jamais estariam listados. E é aqui que reside a minha indignação com a rigidez do mercado. Tive esta percepção ainda de forma mais evidente, quando falando com uma amiga holandesa, esta ficou perplexa quando lhe contei não só dos salários praticados em Portugal, como da dificuldade que os licenciados têm em encontrar emprego, da dificuldade que existe em responsabilizar as pessoas. Na Holanda é natural ser-se manager com 28 anos...é natural ganhar-se 800 euros por um part-time....é natural as pessoas trocarem de emprego, serem multidisciplinares sem que isso represente uma coisa má ou queira dizer que os profissionais são maus.
Quando é que isto vai mudar?
música: Dead can Dance - Carnival of Light
Interferências e Intermitências
A pedido do meu caro amigo Jorge, e porque igualmente me parece relevante que se façam algumas referências ao que pode eventualmente perturbar a nossa vida pacata e quotidiana nesta China chinesa, poderei apontar algumas que são as mais evidentes:
- Violação do correio - relatos há de quem tenha recebido cartas já abertas. Eu própria recebi uma encomenda para o António e a senhora simplesmente me disse o que vinha lá dentro, com a maior naturalidade.
- Censura a sites de internet, que aliás já tinha aqui referido - o blogspot está censurado, como tal não se consegue aceder aos blogs dos amigos, não se fazem comentários nem se lêem os que já existem. Há formas de ler os blogs, à sopcapa, mas não permitem fazer mais do que isso
- A Wikipédia esteve censurada até há meia dúzia de dias.
- O Hotmail e Gmail , estavam censurados o ano passado, segundo me disseram
- A imprensa é controlada. Só há um jornal em inglês, o China Daily e tudo o que vem lá escrito, já foi, sabemos nós, alvo de minuciosas revisões. Não se publica o que não interessa que se saiba. Não se publica nada que, de alguma forma, ataque o regime.
- A maioria das associações ou entidades não governamentais estão sob a égide de algum ministério, sempre, caso contrário, não conseguem ter acesso a um sem número de coisas.
- Apenas as agências de turismo autorizadas pelo Governo têm alguma liberdade de acção, ou seja, permissão para viajar e levarem os seus clientes a verem os símbolos da China
- Todas as Feiras que existem têm sempre o patrocínio de algum ministério, seja o do Comércio (MOFCOM ) ou outro qualquer.
- As temperaturas que os termómetros que estão espalhados pela rua exibem são manipuladas. Nunca, ou muito raramente passam dos 39 graus, mesmo quando a temperatura é superior a 40 graus, porque há uma lei que diz que os trabalhadores ficam autorizados a não irem trabalhar quando as temperaturas são iguais ou superiores. E eu garanto que é muito complicado trabalhar a esta temperatura, a avaliar pela dificuldade com que se caminha na rua
Bem, por enquanto parece-me que já se consegue ter alguma ideia sobre o que por cá se passa, não desvirtuando certas coisas que a meu ver são boas, e que são ainda, resultado de um comunismo por dissolver:
- A água fria é fornecida na rede pública, sem ser preciso pagar-se, porque se considera que água é um direito de todos. Só se paga a água quente.
- Existem os chamados ginásios públicos, como uma vez já aqui referi, que estão à disposição de quem quer que seja, num jardim qualquer desta cidade.
- Há montras por aí espalhadas com o jornal do dia afixado, para que quiser saber as novidades.
- Os jornais são muito baratos, muito baratos mesmo. Estão bem de acordo com o nível de vida que aqui se vive, nível de vida chinês, entenda-se.
Não me lembro agora de mais nenhuma, mas como compreendem, estou a escrever isto de manhã. Caso ao longo do dia me lembre de mais alguma coisa, aqui voltarei para acrescentar. Existe disponível uma lista que me chegou por e-mail, de cerca de 80 referências através das quais se notará que já vivemos há demasiado tempo na China. É extensa, bem sei, mas acho que valerá a pena colocá-la aqui ou noutro sítio qualquer para que possam, com um bocado mais de paciência, lê-la. A este assunto voltarei!
sinto-me: Académica
música: O barulho do ar condicionado
Quinta-feira, 28 de Junho de 2007
Quote of the Day
Communism is like one big phone company "
Lenny bruce
Estando eu na China, pareceu-me adequando referir esta citação que encontrei algures, e sobre a qual poderíamos tecer muitas considerações.
O que é que acham?
E quem é este senhor?
Lenny Bruce (October 13, 1925 – August 3, 1966), born Leonard Alfred Schneider , was a controversial American stand-up comedian , writer , social critic and satirist of the 1950s and 1960s . His 1964 conviction in an obscenity trial was also controversial , eventually leading to the first posthumous pardon in New York history .
Espero pelos comentários.
É que o comunismo disfarçado que aqui se vive e sente, é isso mesmo, disfarçado, porque os bloqueios continuam, as censuras e um sem número de coisas que aparentemente não se notam, mas que resultam ainda de uma época muito próxima e que de vez em quando perturbam a nossa vida.
Quarta-feira, 27 de Junho de 2007
É Verão...
Em Portugal o Verão começou há uns dias...Em Pequim já é Verão há que tempos.
Aqui não se nota a passagem das estações do ano, não é gradual muito menos harmoniosa. De um dia para o outro mudamos de estação. Há flores, há árvores, ouvem-se os pássaros, faz um calor insuportável, CHOVE!!!
Pois, a questão é mesmo essa, hoje choveu a potes durante toda a tarde. As previsões não foram bem como as que tinha avançado ontem, estava bem mais calor, abafado, horrível e choveu imenso. Parecia que estávamos num qualquer país tropical, porque a humidade estava na ordem dos 85%, chovia e estava um calor desgraçado. Claro que não se via o céu, ficou quase de noite por algumas horas e pronto, apanhei 2 molhas porque guarda-chuva não havia.
Não se vê o céu há um mês. Isto assim é uma tristeza! E o sol? Também tem andado bem escondido. Bem, por aqui me fico. Espero é que o bom tempo, aquele em que faz calor mas em que também se vê o sol, comece depressa, é que não se aguenta mais este smog ...
sinto-me: Chateada
Terça-feira, 26 de Junho de 2007
Calor? Nahhh
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Weather for Beijing, China | |
36°C Clear Wind: S at 18 km/h Humidity: 39% Tue
41°C | 27°C
Wed
34°C | 26°C Thu
33°C | 21°C Fri
37°C | 25°C | |
sinto-me: A ferver...
música: Robbie Williams
Segunda-feira, 25 de Junho de 2007
Ai as compras, as compras...
Os meus convivas embarcaram ontem de manhã para continuarem a sua aventura por terras do Oriente, desta vez com destino a Macau. Recebidos na Fronteira pelos primos do sul, ao que sei andam alegremente em passeio pela antiga colónia portuguesa que eu ainda não conheço. No fim de semana, fizemos imensas compras, eu e eles...uma vergonha confesso! Eles ainda têm desculpa que são turistas...já eu...bem, também tenho desculpa, mais umas roupinhas não fazem mal a ninguém sobretudo se forem baratinhas, e que foi o caso!
Os tamanhos é são sempre uma dor de cabeça. Para mim, XXL. É verdade, nunca vesti tão grande tamanho. Isto é deveras deprimente. Estas chinesas são tão magras que até aborrece, e ainda aborrece mais quando vejo alguma coisa gira e pergunto: "Do you have my size "? e a resposta é: Sorry , no have ", uma tristeza. Enfim, mas lá vou arranjando umas coisas neste tamanho que para elas é gigante e que em Portugal custariam triplo do preço. Estivemos no Panjaiuan . Ainda não foi desta que fiz lá "investimentos", mas já andei a fazer uma lista de coisas que quero lá comprar e mandar para Putaoya .
É engraçado que como estamos a viver num sítio e não estamos em turismo até nos esquecemos de ver as secções dos
recuerdos . Só nestes dias é que me apercebi da variedade de coisas giras se podem levar como souvenir da China e muitas delas eu ainda nem sequer tinha notado a existência. Não se podem negar realmente as evidências: os espírito de quem vive num país e muito diferente de quem o visita, na realidade, não me posso descuidar porque daqui a pouco tenho que voltar e vou esquecer-me de metade das coisas que gostava de levar e vou acabar por não as comprar...e sabe-se lá quando é que eu volto à China outra vez...e se volto...
Nesse caso, esta é uma das minhas próximas tarefas, listagem e aquisição de objectos pessoais chineses. Dito assim até parece outra coisa que não tralha! Mas se não as comprar acho que me vou arrepender depois, e isto não fica bem ali ao lado de Portugal. Bem, se quiserem encomendar uns souvenirs avisem...pode ser que tenham sorte
.
Hoje é dia de corte de cabelo, é a minha vez de me aventurar nos cabeleireiros chineses. Só já falto eu, uma vez que todos os banponianos já experimentaram esta sensação. Vamos ver como corre! Depois eu ponho cá umas fotos para avaliação, lol .
música: Banda Sonora: O Fantasma da Ópera
sinto-me: Consumista
Quinta-feira, 21 de Junho de 2007
Sabores de Putaoya
Acho que devo fazer referência a algumas refeições de que tenho usufruído nestas últimas semanas. Em Pequim há restaurantes de quase todas as nacionalidades, portuguesa não há. Resultado desta ausência é falta que nos têm feito algumas iguarias a que estamos habituados. Mas este mês tem sido um mês mais do que feliz neste aspecto: primeiro comemorámos o 10 de Junho numa recepção organizada pelo Senhor Embaixador que foi regada com vinho Borba.
Para saborear Portugal nada melhor do que um Bacalhau com Natas, Arroz de Pato.
De sobremesa havia Mousse de Chocolate, Leite Creme, Arroz Doce...mais típico impossível. Fantástico! Ao som de Mariza deliciámo-nos com estas iguarias das quais todos tinham já muitas saudades.
A segunda investida de sabores de Portugal foi na Segunda-Feira, na inauguração de uma Semana Gastronómica num Hotel em Pequim e que contou com a ajuda do ICEP para ser organizada. Veio Bacalhau e vinho de Portugal, foram feitos doces incluindo Sericaia . O Chefe é português pois claro. Havia cerveja Sagres e sumos Compal . Havia cheiros e sabores para provar, daqueles que há quase 6 meses não vemos nem sentimos. Foi muito bom! Depois foi tempo de reunir a Banpo para comemorar o aniversário da nossa Susie Wong no restaurante tailandês. Eu fiquei só a olhar porque depois de todas as iguarias que referi, não havia condições para nem mais um grão de arroz.
Ontem jantámos Bacalhau com Natas que eu ajudei a Filipa a preparar. Condição de quem vem de Portugal visitar os expatriados tugas em Pequim : trazer Bacalhau. Reunimos a comunidade no 22 e...não restou nada como era de se esperar. Estava óptimo. Ainda está lá em casa uma garrafinha de Licor Beirão que também solicitei às minha queridas visitas. Pode ficar para aperitivo ou digestivo num dos próximos jantares.
Acho que para já é o melhor que se arranja. Ao fim de 5 meses comemos comidinha portuguesa, não é mau de todo. E agora, mais 5 meses?
sinto-me: Gulosa
Quick Steps
E vamos e vimos nas ondas do mar que na nossa cabeça nos embala a saudade e o medo de continuar em tão longa jornada.
E sentimos o sangue pulsar nas veias de forma viva como se o coração explodisse de tão depressa bater quando porventura vemos coisas e sentimos sensações que nunca mais se vão repetir.
E voamos em asas de papel que nos nascem sem querermos e que nos permitem abraçar o mundo, e quando voltamos para pisar terra firme lembramo-nos que antes nunca tínhamos espreitado o universo que nos é apresentado como infinitamente belo e longínquo, suficientemente apelativo para que queiramos conhecê-lo todo.
Repentinamente os nossos olhos vêm imagens que se naufragam na nossa memória com o passar do tempo, que ficam presas em redes de pesca que lançamos dentro do nosso inconsciente e que repescamos sempre que quisermos voltar a rever o que anteriormente registámos.
Não há voltas que possamos dar que mais se enquadrem no sentir a presença do mundo a nossos pés, do sentir da adrenalina que nos alimenta a vontade de viver, da sede de provar sempre bebidas multicoloridas, alcoólicas ou não, que nos embalam em canções suaves e que nos sopram ao ouvido: Voa e sê feliz, mesmo que essa viagem seja efémera. Na realidade a viagens efémeras podem ser tão ou mais fantásticas do que as longas, como as curtas-metragens que são tão boas ou melhores do que filmes demorados.
Porque o que procuramos incessantemente são luzes que nos iluminem os caminhos que os nossos pés percorrem e porque o que procuramos nem sempre se encontra facilmente, caminhemos com a cabeça sempre levantada, caminhando em frente, apressadamente se necessário, mesmo que o fim da jornada não esteja à vista. Subamos sempre a montanha por mais alta que nos pareça, porque quem sabe a caminho do cume encontremos as respostas que procuramos.
sinto-me: Sei lá...de alguma forma!
música: The Piano - Michael Nyman
Quarta-feira, 20 de Junho de 2007
1, 2, 3 Macaquinho do Chinês...
Quem não se lembra de jogar ao Macaquinho do Chinês? Porquê do Chinês? Porquê Macaquinho? Foi pergunta que nunca fiz, e que nunca ouvi ninguém fazer. Será que na China também se joga ao Macaquinho do Chinês? Ou não há tempo para isso? Será que o tempo é tão escasso que é preciso que o governo publique uma lei que "incentive os pais e tutores a deixarem as crianças brincar e descansar"? Achei chocante esta notícia quando ela saiu, e não foi assim há muitos dias. Fiquei abismada, não obstante já saber de alguns dos pormenores que lá são descritos. As crianças chinesas não têm tempo para si, para as brincadeiras, para dormir ou descansar. A pressão é muito grande.
Nas crianças estão depositadas as esperanças de pais sedentos de sucesso...ou apenas de melhores condições de vida? A pressão que sofrem os estudantes que deixam de saber muito cedo o que é brincar e divertir-se para estudarem afincadamente com vista à entrada na Universidade, a pressão para que frequentem as aulas de línguas, de ginástica, de golfe e de uma série de outras coisas que lhes preenchem de tal forma o tempo que quando são confrontadas com a questão: O que é que mais gostas de fazer no tempo livre, elas respondem: dormir! As crianças que nós conhecemos normalmente respondem brincar...aqui é ao contrário.
Na semana passada foram os exames nacionais. Cortam-se ruas, os pais ficam nervosos e aglomeram-se à porta das escolas. Isto por si só já é pressão. Depois é o esperar pelas notas, e eu nem faço ideia como devem ser os dias antes das provas. Na universidade estão depositadas as esperanças de um futuro que se espera promissor...mas a que preço?
Ontem conheci, por razões de trabalho, o Dan . O Dan é um chinês de mais ou menos 28 anos, que estudou no Estados Unidos. Esteve por lá 8 anos, ( longos e penosos anos) e em nenhum deles voltou à China. Nas férias arranjava trabalhos sazonais para fazer. Depois de acabar a faculdade trabalhou 2 anos para "ganhar experiência" como ele disse e voltou para Pequim porque é filho único e tem que cuidar dos pais, que se privaram durante tanto tempo da sua presença em prol de um bom emprego. Bem, o Dan é Sales Manager de um hotel de uma cadeia de renome. Ao que sei esta é a mentalidade tipicamente chinesa, estudar e ganhar experiência no estrangeiro e depois voltar para cuidar dos mais velhos. Boa ou má, é esta! Partilhou comigo esta história no meio da apresentação que me fez do lugar para onde agora orgulhosamente trabalha. Disse que quando esteve nos EUA sentia muita falta de casa, dos pais, da família. Que escrevia cartas e telefonava. que celebrava o dia de Acção de Graças em vez de celebrar o ano novo chinês, e que tudo lhe parecia muito pouco familiar. Percebo este sentimento porque para mim, aqui deslocada há sensações que são idênticas.
O Dan é apenas um exemplo dessa pressão, dessa mocidade perdida entre livros e estudo e concorrência. É um cérebro formatado com objectivos claros e directos: ser o melhor. Ver para aprender. Aprender com o que é supostamente o melhor para depois poder reproduzir. E as crianças lá vão para as escolas com os olhos postos num futuro que lhe querem incutir desde quase o berço. A própria aprendizagem dos caracteres chineses não deixa de ser uma prova disso. Identificados estão 56 mil.
A China é uma potência em desenvolvimento que expatria os seus alunos, que lhes paga os estudos e que os obriga a regressar para no seu país aplicarem e desenvolverem o que aprenderam. Porque é a este país que têm que prestar contas, e é este país, o seu, que têm que ajudar a crescer.
O preço desse crescimento é que me parece um pouco alto, não?
sinto-me: A dissertar
Terça-feira, 19 de Junho de 2007
A Muralha