São 3 da tarde.
são horas de rir.
são horas de chorar.
O vento corre apressado e passa por mim, pelos meus olhos que lacrimejam nem sei porque motivo.
Chove, venta, faz sol...o mundo gira depressa demais para se conseguir acompanhar todas as mudanças pelas quais passamos. Viajo no tempo, de táxi, de autocarro, de comboio. Sonho, de olhos fechados, acordada, falo, com gestos, com o corpo, com a voz.
Corro, depressa, por entre as pessoas, por entre a fila de carros da rua, por entre as várias vidas que acho que tenho para viver.
Hoje é hoje, ou hoje é amanhã?
Perco-me, encontro-me...
São cenas pitorescas de alguém anónimo, no centro do mundo, no meio da multidão, corrida a sonhos, a vozes, a pensamentos.
Vejo cores, oiço sons inaudíveis, pessoas. Sinto ternura e ódio. Cheiro o mofo da cidade, das ruas por onde deambulo, dos amorfos que nada fazem, que esperam, que desesperam, que aguentam o que quer que tenham que aguentar. Os que não dizem nada, que esperam, que desesperam! Os que nada dizem, os que nada fazem, os que em tudo pensam. os que vivem, os que morrem e os que simplesmente vivem moribundos e absortos em páginas da sua própria história de vida sem sentido nem significado...