Passam agora 2 meses desde que deixei Portugal rumo a uma nova vida, num país que não conhecia, com pessoas que também nunca tinha visto. É claro que não tenciono reportar de cada vez que se assinala mais um mês da minha estadia na China, mas pareceu-me importante o marco dos 2 meses, mas também não sei explicar porquê.
Não se trata de saudosismos desmedidos nem de explicações lógicas, apenas queria atestar o meu estado de alma neste tempo em que tudo o que me rodeia é novidade. Fazer as malas, assimilar que vinha para a China, despedir-me de todos os que sempre me apoiaram e com os quais sempre contei parecem-me coisas distantes, que aconteceram há muito mas que guardo na minha memória de forma adocicada. Não fossem as tecnologias de informação e toda a parafernália de programas que nos permitem falar e ver quem está do outro lado do mundo, com certeza isto não seria assim tão simples. O tempo passou depressa, talvez pela novidade, pela companhia, pelas actividades, pelo trabalho, pelo convívio, por nos sentirmos num mundo ilusório sobre o qual nada sabemos, e que temos que construir dia após dia. E é nesta construção que nos deparamos com dúvidas, com perguntas sobre nós próprios. Efémera ou não esta realidade é pergunta para a qual não temos resposta. Talvez seja ainda cedo para responder ou simplesmente talvez não saibamos que resposta dar, o que é certo é que mais cedo ou mais tarde vamos ter que nos sentar connosco próprios e chegar a uma conclusão.
E o tempo passa tão depressa, tão depressa que na maioria da vezes nem nos apercebemos de todas as voltas que o relógio dá, das folhas do calendário que se vão arrancando com o passar dos meses. E depois? Como será?