Parece que realmente é isto que se sente quando os nossos dias são cheios de manhã à noite, em que há sempre "coisas" para se fazer. Até parece que se dorme à pressa e se anda constantemente a correr de um lado para o outro. Não é bem assim, mas não me lembro de haver "tempos mortos" desde que cheguei a Pequim, e desde que a nossa comunidade partilha esta nova vida de 2007.
Durante os dias normais de trabalho, há todo o ritual de fazer o jantar, comer, telefonar cada um para onde tem que ser, e ainda há tempo para "jogar conversa fora", como se não bastasse tudo o que se diz durante o dia no messenger ou por telefone.
É incrível como um grupo de desconhecidos se podem entender tão bem, apesar de toda a sua vida individual que ficou em Portugal. Mas a vida são momentos sucedâneos , que podem acontecer em qualquer parte, por isso, quem nos garante que a nossa vida tem necessariamente que acontecer em Portugal? Cada vez mais me parece que não, que pode e deve acontecer em vários sítios e com várias pessoas.
Este fim de semana recebemos a visita de 3 colegas de Xangai que vieram conhecer a "nossa" Pequim. Espantados pelas diferenças, maravilhados com elas? Acho que saíram de cá bem impressionados, mas melhor do que eu, os blogs deles poderão atestar ou não o que digo.
As noites deste fim de semana foram óptimas, como aliás todas têm sido, Aproveitámos para conhecer mais 2 lugares de culto da noite e pareceram-nos bastante recomendáveis. A música, House , muito boa. Entre copos, dançou-se em ritmo acelerado. Este fim de semana, não fomos ao Latino's ...foi para variar, mas... para começar uma boa noite de copos não mesmo lugar mais apropriado do que este lugar de salsa.
A tarde de Domingo resultou na viagem por entre o que de mais contemporâneo se faz em Pequim em termos de Arte. Foi muito bom mergulhar naquele mundo estranho de representações, de fotografias a preto e branco que retratam uma China real e diferente, cosmopolita e ao mesmo tempo secular. Não sou grande entendida em arte, mas há coisas às quais de facto não se consegue ficar indiferente e viajar quem sabe para mundos tão diferentes e distantes do nosso imaginário comum. Hei-de lá voltar! Porque é um espaço que nos permite sonhar, divagar pela obtusidade dos sentidos, pela estranheza das formas e até das cores.
Bem, e posto isto, concluo que estou há 2 meses na China, a conhecer a cidade de Pequim aos poucos e que me surpreendo a cada aventura que vivo. As noites passam depressa demais, mas os dias teimam em também ser rápidos.