São sonhos, que vêm, que vão...
Porque nem sempre se sentem os sons,
Porque as palavras nem sempre
Entram nos ouvidos que temos,
Porque a vontade de ir além,
Sem saber muito bem, onde além é,
Torna as vozes fortes e as acções intensas.
Os bastidores da vida mantêm-se!
As criações do destino são toscas,
As que observamos são fruto da cor,
Da tonalidade crescente da vanguarda,
Do que imaginamos ser amarelo,
Verde, laranja...
Nem com o vento que vem do mar,
Sonhamos no nosso mais íntimo pensamento,
Que amarelo não pode nunca mudar
E que se um dia o vermelho virmos
É porque escorre o sangue nas veias
De quem sentimos por momentos,
De quem é nosso alguns instantes de vida.
Oiço os passos
Lentos...depois mais rápidos.
A marcha é lenta, mas forte.
Com o peso da vontade que desbrava terreno,
Todas as cores do arco-íris acodem ao cinzento
Que por momentos nos suporta a alma.
Queria documentar isto com sons,
Com imagens que nunca vi
Que nunca ninguém viu,
Mas não sou capaz,
Porque os sonhos vêm e vão,
Sem imagens reais e sem marcas na areia,
Sem vozes ou sons que nos encham os ouvidos,
São sonhos, que vêm, que vão...